Quarenta anos após uma agitação mundial em que os jovens tinham esperança de transformações éticas, políticas, sexuais ou comportamental. Hoje, ocupações de reitorias, protestos em prol dos direitos humanos, possibilidade do primeiro negro no comando dos Estados Unidos são comparadas às manifestações daquele ano de 1968.
O que também nos remete àquele ano é o livro de Zuenir Ventura, ´´1968: O ano que não terminou``, da editora Nova Fronteira, publicado em 1988. Encanta pela maneira que são relatados os fatos históricos baseados na própria memória do autor, pesquisas em jornais e revistas da época e entrevistas com políticos, intelectuais e artistas.
O livro reconstitui o ano de 1968 no Brasil. Desde a festa de reveillon na casa de Heloísa Buarque de Holanda, onde já se podia observar que o novo ano seria marcado por experiências audaciosas no comportamento e na política. Até o Ato Institucional número 5, numa sexta feira, 13 de dezembro, que encerrou o ano idealizado e sonhado por milhares de estudantes brasileiros ou que segundo o autor ´´era apenas o começo`` ´´1968 entrava para a história, senão como exemplo, pelo menos como lição.``
Zuenir Ventura viveu 1968, a morte do estudante Edson Luís, a Passeata dos Cem Mil, prisões, manifestações culturais, políticas e sociais. Sua obra não trata apenas de um livro de história. É uma biografia de um país com personagens que sonhavam transformar o mundo. Bem construída, é uma narrativa com inúmeros detalhes, contextualização histórica e ambientação de cenários.
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